Tudo o que vejo, tudo o que é mundo e vejo, registo.
Fotografo.
Recordo.
Porque tudo o que é mundo não sou eu. Eu que sou? Nada, não existo. Tudo o que registo é tudo o que é mundo porque não sou eu e porque não o sou.
"Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato."
Álvaro de Campos
Sem comentários:
Enviar um comentário